Novembro passou tão rápido e eu nem vi!
Eu sabia que seria assim: o tempo voando impiedoso, mas não esperava tal velocidade!
Não sei bem porquê, mas o mês de novembro é um bólido! Um jato supersônico!
Os alunos que estão com as notas quase fechadas ficam contando os minutinhos para guardarem os livros e debandar! Querem que chegue o tempo de pernas para o ar! Férias! Nada para fazer de obrigação! Ficar de papo para o ar em casa ou aguardar os passeios e viagens com a família. Será?
Não demora muito já estão entediados! Mas que diabo! A vida parece não ter sentido sem a escola! Os amigos, as conversas, as brincadeiras e as confidências! Que falta faz tudo isso!
Os alunos que estão pendurados, com a corda no pescoço, ficam olhando para a folhinha com medo da data dos exames finais e do período de recuperação. Aliás, que nome! Recuperação que não recupera nada! Invenção para “passar pano”.
Esses alunos tiveram o ano inteiro para se dedicar e “se recuperarem”, mas alguns atiraram pela janela, não só os esforços das famílias, bem como a oportunidade ímpar de crescimento, de conhecimento e de desenvolvimento.
Daqui alguns bons pares de anos, vou cruzar com alguns deles e ouvir o que já ouvi dezenas de vezes: Ah, se eu tivesse aproveitado melhor meu tempo de estudos!
Mas agora não é tempo de se lamuriar pelo leite derramado. Não é a hora de se apontar o dedo para os culpados do fracasso, de reprovações, de mazelas que vão infelizmente comprometer a vida escolar de muitos meninos.
A culpa não é realmente do galope do mês de novembro.
Estamos vivendo de forma tão apressada que muitas vezes não temos o tempo para respirar e verificar que muita água está passando por debaixo da ponte sem a nossa consciência!
Quando abrirmos bem os olhos! Já era!
Como dominar esse leão feroz, essa fera imperiosa que chamamos de tempo?
O tempo da infância, o tempo da adolescência, o tempo da maturidade, o tempo escolar…
Parece que a solução não está fora de nós.
Podemos parar e respirar! Podemos refletir! Podemos organizar e reorganizar. Sempre!
Podemos enfim ensaiar para sermos mestres de nossas horas; buscar aprender e sermos felizes.
Na vida e na escola tudo passa muito veloz!
Fica então, só o que vivemos com sentido e com sentimento.
Para nossos alunos, todos eles, fica com certeza, nosso ensinamento de valorizar o que realmente tem valor. Lutamos para isso e por isso.
Que nossos meninos consigam aprender a cada dia que a vida é um dom e um presente!
Sonia Regina P. G. Pinheiro