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Dia das crianças ou todos os dias devem ser delas?

23 | 10 | 2023
Fala Diretora
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Dia das crianças ou todos os dias devem ser delas?

Muitas vezes achamos que entendemos as crianças e suas necessidades. Esquecemos que pensamos com a cabeça de adulto. A criança que temos dentro de nós cresceu e por mais viva e levada que seja, muitas vezes não se lembra de tudo o que deve lembrar, mas de algumas passagens não tem como esquecer. Principalmente se o fato ficou muito marcado!
Gozado! No passado, frango era prato fino, comido aos domingos com macarrão. Não se vendia frango aos pedaços. As mães ou avós compravam o bicho vivo. Matavam. Depenavam e cortavam o pobre em pedacinhos.
As mulheres tinham que saber na marra matar um frango e depois tirar as penas e cortar os pedaços para fazer um saboroso prato domingueiro.
Em casa não era diferente. Éramos vovô, vovó, papai, mamãe e seis filhos! Um frango só para toda a família. Cada um tinha o seu pedaço determinado. O meu era o pescoço.
Na mesa, eu ficava olhando com olhos de desejo, coxas, sobrecoxas e peito no prato dos adultos.
Um dia, o chefe de papai me convidou para brincar com a filha dele e almoçar por lá.
Depois de brincar com a Eny, a filha do seu Júlio, lavamos as mãos e nos sentamos à mesa.
A vovó de minha amiguinha me serviu um pouco de macarrão e uma deliciosa e ambicionada sobrecoxa de frango assado! Meus olhos se arregalaram! Minha primeira sobrecoxa!
Comi o macarrão e deixei por último o frango. Queria saborear cada pedacinho.
Observei que todos comiam de garfo e faca. Em casa, metíamos as mãos nos pedaços de frango sem medo de ser feliz! Acho que não dá para comer pescoço de frango com garfo e faca!
Posso dizer que fiquei lutando com a sobrecoxa; tirando uma lasquinha aqui, outra ali, na total falta de habilidade com os talheres.
Todos já tinham terminado o almoço e eu ali, lutando com meu pedacinho adorado de frango.
De repente, a vovó tirou o prato de minha frente e falou: coitada, ela não quer mais, por isso está demorando. Não tem importância! Levou o prato junto com meu olhar no desejado pedaço, minha primeira sobrecoxa!
Serviram a sobremesa e pronto!
Voltei para casa derrotada!
Felizes são nossas crianças de hoje, porque a maioria fala o que sente, pede, reclama, critica e têm voz.
Essa historinha boba de minha infância me fez pensar no respeito que devemos ter com todas as crianças. Eles são o nosso futuro.
Muitas vezes não sabemos entender os sinais que denotam suas maiores necessidades, mas nunca desistimos. Somos todos educadores, ou não?
Que as crianças sejam felizes sempre, não só em outubro, mas todos os dias!

Sonia Regina P. G. Pinheiro

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Comentários

Sonia Pinheiro
Escrevi esse texto com muito carinho pelas crianças que devem ter tudo o que podemos a elas oferecer, principalmente carinho e atenção. Uma criança que sabe que é muito amada cresce um adulto confiante e feliz!