A lembrança dos três erres. Dois já seria o ideal!
Hoje me lembrei novamente dos três erres da D. Conceição, mineirinha analfabeta que fazia limpeza nas casas de nosso bairro há um bom tempo atrás. Para ela, segundo seu pai, uma família vai bem se nela existem os três erres: regra, respeito e religião.
Transferindo essa ideia singela, mas importante, para a escola, me lembro que quando lecionava na década de setenta e oitenta, não começava a aula sem que rezássemos juntos com os alunos no início das aulas todos os dias. Que tempos aqueles!
Hoje, a famosa aula de religião foi banida, expurgada da maioria das escolas.
Noutro dia, ouvi o Marcelo dar risada quando o Junior disse que ia para o catecismo. Marcelo dizia que era uma besteirada o que falavam lá e Junior todo sério, com o material religioso na mão disse solenemente: VOCÊ É BESTA? Estou aprendendo sobre Deus. Você acha que Deus é bobagem? Diálogo entre meninos de 9 anos! Pasmem!
Ainda bem que os outros dois outros erres são muito observados e sobre eles não resta polêmica: regra e respeito. Necessidade imperiosa!
Aliás, esses têm sido pilares que fazem a boa fama de muitas escolas.
Há pais que arrastam seus filhos feridos pelo bullying de escola a escola para ver se conseguem terminar os estudos básicos sem muitas feridas.
O respeito e o cumprimento de regras devem ser valores que os meninos trazem de casa. Sem esses pré-requisitos fica difícil a vida na escola!
O pior é que estamos lidando com uma turminha que cada vez mais respeita menos. Em casa eles dão as cartas: são primeiros de mão e começam o jogo.
Desde a mais tenra idade, não são corrigidos quando impões suas vontades, seus desejos e muitos caprichos. Alguns pais acham lindo! Pequenina e já sabe o que quer!
Assim vão crescendo verdadeiros tiranos. Mandam, desmandam e ai de quem os contradiz.
Quando alguns deles quando são reprimidos e contrariados na escola, ficam furiosos e bradam aos quatro cantos: nem meus pais falam assim comigo!
Costumo dizer aos que não se comportam que comem e dormem em cima dos esforços dos pais e ainda não se mantêm. Portanto, na minha ótica, ainda não são responsáveis por decidir o que fazer e se devem ou não cumprir regras, mas respeitar é imperioso.
Se a educação é transformadora, temos que usá-la para que possamos vislumbrar uma vida em sociedade com dignidade e esperança.
Somos obreiros dessa transformação. Lutemos e não importa quanto pois, devemos educar nossas crianças e jovens.
Sonia Regina P. G. Pinheiro