Dedos nas telas e tudo aparece! Mágica ou feitiçaria?
Será que a modernidade favorece a educação escolar com instrumentos que encontramos nos nossos celulares e computadores?
Hoje não é necessário queimar os neurônios para memorizar nomes de afluentes dos rios. Basta um clique e temos à nossa disposição tudo o que quisermos saber. Nem mesmo tentar resolver expressões matemáticas de difícil execução. O computador te dá a dica!
Para os adultos que já passaram por outras fases de aprendizado, esse expediente é como uma mágica benfazeja! Tudo como um milagre: aparecem nas telas fórmulas matemáticas, biografias, fatos históricos em minúcias e tudo o que nutre nossa curiosidade.
Quantos anos têm aquela atriz que ainda parece uma menina? Com quem fulano foi casado? Onde nasceu aquele escritor?
O computador entrega tudo ou quase.
Outro dia, uma professora trouxe uma outra ferramenta. Essa mais amedrontadora, porque podemos fazer perguntas e temos as respostas prontamente. Eu mesma experimentei para ver se funcionava. Que espanto!
Os professores ficaram assombrados, porque a meninada que não gosta de pensar, muito menos gastar tempo com livros e tarefas escolares, tem à disposição uma maneira de obter “sucesso” rapidamente com as questões que são colocadas nos exercícios em sala de aula e nas lições e trabalhos de casa.
Essa ferramenta faz textos, redações inteiras. Basta apenas dar um comando, do tipo: faça um texto sobre a importância dos sentimentos na vida familiar. Um só clique e aos poucos o texto começa a aparecer. Lindo. Impecável! Fiquei com o queixo caído!
Não resisti e pedi um texto sobre o dia das mães. O texto saiu e eu fiquei pensando o quanto pouco humano era o que estava escrito! Faltava um pouco de sal que só a mente humana criativa consegue colocar na escrita.
Tudo tende a facilitar nossa existência. Tudo está ao nosso alcance.
Será toda essa facilidade salutar? Por que não?
Temos que afiar nossos sentidos mais profundos e não nos entregar às críticas saudosistas e vazias.
O futuro está sempre a um passo na nossa frente e quem se nega a olhar cara a cara para ele, fica como um avestruz, com a cabeça literalmente enterrada na areia. Incompreensão! Incredulidade! Medo! Um misto de sensações que vão de um polo a outro.
Quem mantiver o queixo alto, olhar no horizonte, a pureza no coração e nas intenções, estará sorrindo, tirando proveito do que serve e descartando o que não traz benefícios.
Sonia Regina P. G. Pinheiro