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Punir ou educar. Punir e educar?

17 | 06 | 2016
Fala Diretora
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Punir ou educar. Punir e educar?

A meninada anda da pá virada! Credo!
Cada dia uma ou mais estripulias e das bravas! Todo santo dia!
Não sei se estou ficando mole ou se é velhice mesmo, pois me recordo a forma como lidava com a baderna da turma no passado e como eu tenho que lidar agora.
Temos que tomar muito cuidado quando vamos repreender os garotos no presente, pois muitas vezes passamos a ser réus, porque falamos o que não deveríamos ter falado. Assédio moral. Repreensão excessiva. Muitos dedos apontados para quem quer fazer o bonde andar nos trilhos.
No passado, quando a garotada se pegava e ia às unhas, eu nem conversava. Era suspensão. Era chamar pai. Era até expulsão em caso de reincidência.
Hoje converso com os brigões escolhendo as palavras. As sílabas dançam na minha boca, num balé clássico, calmo e paciencioso.
As traquinagens, então são inúmeras e cada vez mais criativas. Inusitadas.
Tem menino que peita o professor, que xinga o professor, que ameaça o professor. Impressionante! Tempos áridos e bicudos.
Como educar sem punir? Difícil!
Outro dia, um rapaz feito, depois de ter infringido pelo menos duas regras e de forma bastante grave, estando na nossa presença ficou calado.
Perguntei-lhe o que faria em meu lugar. Calmamente me disse que eu deveria lhe dar uma punição. Simples assim!
São muitos os desafios de quem educa. Pais e professores.
Leio que um pai no Japão teve a coragem de deixar seu filho de 7 anos numa estrada erma, perto de uma floresta com animais selvagens como punição. O garoto ficou perdido por 7 dias.
Punir será a melhor forma de educar? É uma questão muito difícil de ser respondida sem que haja controvérsia.
No entanto, quando lidamos com muitas crianças e jovens que vêm de lares diferentes, com criação e educação diferentes, com níveis socioeconômicos diversos, não podemos diversificar as normas. Devemos tê-las como diretrizes de um comportamento único a ser seguido.
Sabemos que muitas vezes vamos errar ao lidar com questões que escapam ao comportamento desejável dentro de uma instituição de ensino. Entretanto não podemos nos omitir.
Estamos lidando com gente em desenvolvimento que vai ser a sociedade do futuro. O papel da educação é a transformação. É a esperança de que estamos plantando bem para colhermos bem. O compromisso do educador com a sociedade é o que separa os meninos dos homens.
O desafio de educar encanta, assombra e enleva. Seara bendita!

Sonia Regina Potenza Guimarães Pinheiro