Mundo virtual e mundo real. A escola paga o pato!
O mundo virtual parece que está caindo no gosto geral das pessoas. Nada contra! Não podemos e nem conseguiremos lutar contra a tecnologia que bate a nossa porta.
No entanto, o que pode nos ajudar a viver bem e melhor, muitas vezes se torna a pedra no meio do caminho e causa transtornos e males.
Tem aquela moça, que cansada de esperar por um rapaz legal, se joga na busca de alguém nas redes sociais e não raro, tem uma decepção monstruosa!
Tem aquele cara que se esconde atrás da máquina e fica corajoso para falar o que pensa, caluniar, fazer o mal e todo tipo de patifaria.
Tem coisa boa: pesquisa, amizade, novidade e notícias.
Tem também o tal do WhatsApp com o qual pode-se ter grupo de tudo: da família, dos amigos de escola, do trabalho, da igreja ou da academia.
Tem mãe de aluno com grupo no WhatsApp e tem aluno com grupo de alunos lá também.
Cada vez mais cedo, a molecada está dedilhando com seus colegas e muitas vezes agindo de forma errada, causando problemas.
Tem grupo de crianças de 7 ou 8 anos conversando livremente no aplicativo.
No meu tempo de menina, brincadeira besta era passar trote no telefone. Perguntar se era do açougue. Se era um bofe que estava no aparelho e desligar correndo, antes da mãe chegar, porque se tivesse flagrante, Meu Deus! Chinelo e cinta para todo lado.
Era também tocar a campainha e correr. Como éramos bobinhos!
Hoje, nas escolas, quase todo dia estamos apagando fogo de bullying cibernético, de bullying pelo celular, bullying para mais de metro e que não acaba mais.
As crianças devem usar celular livremente? Devem navegar na internet como quiserem?
Exemplos de situações indesejadas estão por aí às mãos cheias, no entanto, permitam-me criticar, boa parte das famílias apoia a liberdade das crianças desde a mais tenra idade para o trato com esses aparelhos.
Enquanto o mundo dos teclados nos enfeitiça com a comunicação fácil e outros encantos, os livros ficam esquecidos nos cantos, empoeirados. Qual é a vantagem de ficar lendo um livro enquanto as telas nos convidam às facilidades do visual rápido e mastigado?
Com a facilidade que os meninos estão tendo de se isolar do mundo real e das responsabilidades quando estão à mercê de telas e teclados, fica muito distante a ideia de sociedade, de comunidade e de participação.
Que cada família reflita sobre o uso dessas tecnologias e regre horários e ações!
Resta-nos confiar no bom senso de muitos e mostrar à meninada que não estamos para brincadeira. Estudo é coisa séria e imprescindível para transformações desejáveis.
Drª Sonia Regina P. G. Pinheiro