Do que precisa um menino para ser útil e feliz?
O aprendizado é um prato saboroso que se come devagar, pela beirada, apreciando cada bocado. Delicioso, sublime e poderoso! Aprendemos todos os dias, desde quando abrimos nossos olhos pela primeira vez!
Os bocados de conhecimentos que literalmente engolimos na escola são de fato valorosos. No entanto, alguns descem rasgando devido às aulas pesadas e cansativas, aos conteúdos ásperos, aos professores e alunos estressados, aos calendários puxados, avaliações e muita tortura!
Mesmo com toda essa gama de esforço, sacrifício e sofrimento aprendemos! Alguns mais e outros menos. A escola é indubitavelmente o local mais apropriado para o contato e a concretização da aprendizagem formal.
Tem quem diga que aprendemos muito mais por outros meios, como por exemplo através das mídias. Será mesmo?
Sem dúvida, as mídias nos proporcionam também aprendizado, se bem que nem sempre o desejável e útil para nossas ações em sociedade. Devemos lembrar que às vezes (muitas vezes) empurram para nossas goelas abaixo o que nem sempre nos fará viver uma vida melhor, mais consciente e produtiva.
Porém, devemos estar cientes de que, repito mais uma vez, é a escola por excelência local de aprendizagem, sem olvidar que assistir às aulas, fazer as lições de casa e as provas não são em si garantias de bom aprendizado.
Há também outras oportunidades nas quais os colégios oferecem para enriquecer conhecimentos: suas pequenas (ou grandes) bibliotecas com seus livros para leitura prazerosa, excursões, feiras, festas, viagens e passeios. Cardápio formidável para entrosamento social dos meninos também!
As famílias com suas divinas e obrigatórias lições de educação informal e valores complementam o cardápio necessário para nossos garotos enfrentarem a vida adulta com confiança no sucesso e na concretude de sonhos!
Que será de um menino sem escola? Que será de um menino sem família? Que será de um menino sem ambas?
Nossa responsabilidade como educadores e como cidadãos é imensa! Não podemos fechar os olhos para a qualidade da educação de nosso país e para a oferta de oportunidades para nossas crianças e jovens.
Não sou do tipo alarmista e realmente abomino os trombeteiros do apocalipse, mas ando muito preocupada com os rumos da meninada.
Orar não basta. Ajuda, mas é muito pouco. Trabalho real e comprometido. Menos palavras e mais ações, é disso que precisamos para poder olhar para o futuro de nossa turminha com mais confiança.
Drª Sonia Regina P. G. Pinheiro