Fechar Menu

A quem interessa uma educação de má qualidade e um povo com uma cultura abaixo da crítica?

19 | 09 | 2018
Fala Diretora
0 comentários

1204 visualizações

A quem interessa uma educação de má qualidade e um povo com uma cultura abaixo da crítica?

Essa é uma pergunta que fazemos diante de situações que nos fazem corar perante outras nações que têm índices de aprendizados maiores e desenvolvimento econômico semelhante ao nosso ou até inferior.
Não me surpreendem os resultados de exames que dizem despudoradamente que grande parte de alunos que concluem o ensino médio não sabem português e nem matemática.
Na minha opinião, claro que boa porção da culpa desse estado de coisas prove dos governantes que não se importam com o que o povo aprende, pois, a maioria educa seus rebentos em caros colégios de elite ou mesmo fora do país.
Outra parcela de culpa pertence às famílias que se acomodam com o desenvolvimento pífio de seus meninos e até acham que já aprenderam bastante, pois eles próprios não concluíram os estudos básicos.
No entanto, ouso dizer que nós brasileiros somos realmente um povo de mais ou menos, ou seja, aprender um pouco já está bom, ganhar um pouco de dinheiro já está bom, morar num casebre já está bom, comer bem uma vez por semana já está bom…
Os alunos estudam para passar de ano. Se a média é seis, seis está ótimo. Já fizeram a sua parte. Ler um livro, só se for indicação da escola e olhe lá. Melhor copiar o resumo do mesmo da internet. Pronto.
Assim, as chances de desenvolvimento se esvaem pelo ralo da falta de vontade e da vida mais ou menos que levamos.
Ouço alunos dizerem que inglês não reprova. Espanhol não reprova. Arte não reprova. Vão se preocupar “mais ou menos” com as disciplinas que podem promover a reprovação.
Pobre povo brasileiro!
Sei que em outros países, como a Alemanha, por exemplo, os alunos que concluem o ensino médio falam inglês muito bem. Aprenderam na escola!
Nós educadores estamos sempre lutando contra moinhos de ventos e carregando nossos sonhos nas algibeiras rotas pela decepção.
Numa sala de aula com trinta alunos, não mais de sete ou oito se interessam por aprender. Os demais empurram com a barriga.
Pior é pensar que quando são pequeninos ficam com os olhinhos brilhantes quando aprendem coisa nova. Por que estradas se perdem os interesses e as motivações da moçada?
Cada um de nós que faça o “mea culpa” e busque esforços para transformar a educação de nosso país em motivo de orgulho. Já é hora!

Sonia Regina P. G. Pinheiro